SIBS acusa Pingo Doce de lesar os consumidores

22-08-2012 01:35
A empresa processadora de pagamentos critica, em comunicado, a posição tomada pelos supermercados da Jerónimo Martins ao rejeitarem pagamentos através de multibanco e cartões de crédito em compras inferiores a 20 euros. Ao Negócios, a SIBS assume-se alheia à "guerra" das comissões entre as instituições financeiras e os comerciantes.
A SIBS, empresa responsável por gerir os pagamentos electrónicos em Portugal, considera que qualquer que seja o entrave ao sistema de pagamentos português sacrifica, em várias frentes, os consumidores.
A posição da SIBS é uma reacção à notícia do jornal “Público” sobre o facto de os supermercados Pingo Doce deixarem de aceitar, a partir de 1 de Setembro próximo, cartões de crédito e de multibanco em pagamentos inferiores a 20 euros.
“Qualquer impedimento ‘administrativo’ ao desfruto das vantagens de um tal sistema por parte do público em geral resulta, em última instância, no sacrifício do bem-estar dos consumidores, reduzindo-lhes a segurança e comodidade nos pagamentos”, escreve a SIBS num comunicado disponibilizado na página oficial de Internet.
A SIBS indica que Portugal tem um sistema de pagamentos reconhecido internacionalmente e que, por esse motivo, qualquer entrave a esse sistema não é bem-vindo. Ao Negócios, fonte oficial salienta que impedir o uso de Multibanco em várias transacções “não é positivo para a economia no seu todo”, já que o cliente final é penalizado e o próprio comerciante fica com demasiado dinheiro nas caixas.
A Deco, associação de consumidores, também já tinha hoje reagido a esta notícia, através do secretário-geral Jorge Morgado, que citou também a perda de segurança e de comunidade de quem faz compras naqueles espaços comerciais.
SIBS não pertence à “guerra” de comissões
Ao rejeitar pagamentos de somas inferiores a 20 euros em compras nos supermercados Pingo Doce, a empresa está a poupar nas comissões que tem de pagar para usufruir daqueles serviços. A SIBS não tem qualquer relação contratual com os retalhistas, já que a sua ligação é com as instituições financeiras. Posteriormente, as instituições financeiras, como a Unicre, negoceiam com os clientes (retalhistas) as taxas que serão cobradas.
O sector da distribuição tem criticado essas comissões, que considera serem mais altas do que no resto da Europa. No entanto, a SIBS diz nada ter que ver com essas comissões: “Essa é uma guerra à qual somos alheios”, disse fonte oficial da SIBS ao Negócios.

 

In Jornal de Negócios