FMI sugere a alemanha mais estímulos para Zona Euro

08-07-2012 02:03
O “motor” da zona euro está a resistir com robustez à turbulência dos mercados e à quebra da procura externa, mas deve tomar medidas de estímulo para ajudar a Europa a recuperar. É este o diagnóstico feito pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) à política económica da Alemanha, a quem sugere que adopte medidas para aumentar a procura interna e o investimento, e, assim, ajude a reduzir os desequilíbrios na moeda única.
Numa análise publicada nesta segunda-feira com as conclusões anuais do FMI sobre a Alemanha, o conselho de administração é unânime na avaliação positiva do comportamento da economia alemã, especialmente no contexto de incerteza provocado pela conjuntura externa. Mas há na administração do FMI, liderada por Christine Lagarde, quem defenda que a maior potência económica da zona euro avance já com políticas de estímulo para ajudar à recuperação não apenas da zona euro, mas também da economia global.
O FMI começa por detalhar alguns dados macroeconómicos, prevendo que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça este ano 1% e 1,4% no próximo, e dá um passo atrás no tempo, para sublinhar que as reformas implementadas no mercado de trabalho na última década ajudaram à criação “robusta” de emprego.
“O desempenho da economia alemã tem sido notável, apesar de enfrentar ventos contrários consideráveis. A turbulência nos mercados financeiros e o enfraquecimento da procura externa levaram a uma contracção de base ampla da actividade na Alemanha no último trimestre de 2011, com a excepção importante da construção”. Mas a actividade recuperou no primeiro trimestre, impulsionada “por uma recuperação da procura externa e um forte crescimento do consumo”.
Mais à frente no relatório, onde se incluem as recomendações do conselho de administração, a maioria dos seus membros considera o país tem margem para tomar medidas caso a situação de crise económica se agrave. E “alguns” – que a instituição liderada por Christine Lagarde não identifica – vão mais longe. Defendem que são precisas já neste momento medidas de estímulo para o país ajudar os seus pares europeus a recuperar.
Em concreto, o conselho encoraja o Governo alemão a tomar medidas orientadas para o crescimento das receitas e também a avançar com reformas do lado da despesa, incluindo “medidas para aumentar a eficiência fiscal e das despesas”.
Com o abrandamento da economia alemã, que, segundo o FMI passará de um crescimento do PIB de 3% no ano passado, para 1% este ano, a contribuição das exportações para o PIB deverá cair de 0,7% em 2011 para 0,5% em 2012.
Para o próximo ano, quando a actividade deverá crescer 1,4%, as exportações contribuirão ainda menos para o PIB (0,2%). A procura interna deve abrandar este ano para 0,4% (contra 2,5% em 2011) e, no próximo ano, crescer para 1,3%.
Quanto ao investimento nacional bruto, o fundo aponta para um abrandamento para 17,9% do PIB este ano, abaixo do valor de 2011 (18,2%) e uma ligeira subida em 2013, para 18%.
O FMI adverte ainda para a vulnerabilidade do sector bancário a choques externos, apesar do “progresso” que considera ter sido feito no sentido de uma maior estabilidade financeira.

 

In Público


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