Detido em Londres membro da ETA fugido

29-06-2012 20:53
Antonio Troitiño, membro da ETA condenado a 2700 anos prisão por 22 atentados e 20 mortes, foi hoje detido em Londres, junto com Iñaki Lerín, outro dos terroristas da organização separatista mais procurados pela polícia espanhola. As forças de segurança britânicas e a polícia metropolitana de Londres, em colaboração com a polícia espanhola, detiveram hoje Antonio Troitiño, histórico membro da ETA condenado a 2700 anos de prisão, e Iñaki Lerín, outro dos mais perigosos  terroristas da organização separatista. Os dois foram detidos juntos esta madrugada, na casa onde viviam no bairro de Hounslow, levando uma vida normal.
Com estas detenções, são já 16 os membros da ETA presos nos primeiros seis meses deste ano. Não é a primeira vez que as forças de segurança encontram etarras escondidos no Reino Unido. Uma das detenções mais importantes foi a de Eneko Gogeaskoetxea, que desde há muitos anos levava uma vida normal em Cambridge, junto com a família, com uma identidade falsa.
Esta semana, foram detidos dois outros membros da ETA no sul de França.
Fugas de Troitiño e Lerín
Troitiño, membro do comando Madrid da ETA, participou em alguns dos mais sangrentos atentados da organização, entre os quais o ocorrido na praça da República Dominicana. Foi ele quem acionou o comando do carro-bomba que embateu contra um autocarro da Guarda Civil, matando 12 agentes e ferindo outras 51 pessoas. Foi detido, junto com outros membros do comando Madrid, em janeiro de 1987.
Conhecido como "Miguel Angelo", Troitiño estava a ser procurado desde o dia 20 de abril de 2011. O etarra tinha sido posto em liberdade sete dias antes, depois de passar 24 anos na prisão, mas fugiu quando as forças de segurança tentaram que voltasse para a prisão para cumprir o resto da pena, que só terminaria em 2017.
A sua libertação, que na altura levantou uma grande  polémica, deveu-se a um erro da Audiencia Nacional (tribunal espanhol), que descontou o tempo que Troitiño passou em prisão preventiva do limite máximo de cárcere (30 anos) e do conjunto das suas condenações. Este facto provocou uma querela política entre o Governo de José Luis Zapatero e o principal partido da oposição, que então era o PP.
Lerín iniciou-se na ETA apenas em 2007, fazendo parte do comando Urederra, onde tinha como funções o transporte e o armazenamento de armas e material explosivo, assim como a arregimentação de novos membros para a organização. Fugiu em março daquele ano, quando o comando a que pertencia foi desarticulado e detidas sete pessoas, entre as quais o seu irmão, José Lerín, que era um dos cabecilhas do Urederra.

 

In Expresso